terça-feira, 6 de agosto de 2013

Arquitetura: A Casa Rex, projetada por FGMF Arquitetos, foge do comum em ambientes coorporativos.


A Casa Rex, projetada pelo escritório paulistano FGMF Arquitetos, é um estúdio de design que ocupa uma antiga casa de rua em São Paulo. Os espaços de trabalho e exposição fogem do lugar comum que caracteriza parte considerável dos espaços corporativos no Brasil. Espaços para fins corporativos frequentemente são projetos burocráticos, que se limitam a responder questões de ordem funcional e orçamentária. Mas há exceções interessantes, e uma delas é a proposta para o estúdio de design Casa Rex, realizada pelo FGMF Arquitetos, um exemplo de como a arquitetura pode colaborar na constituição da identidade institucional.


Havia a necessidade programática de isolar o espaço de recepção da área de trabalho, sem comunicação física ou visual entre eles e com acessos distintos. Três diretrizes de projeto qualificam a ampla sala de entrada e a exibição dos produtos desenvolvidos pela empresa: a demolição de paredes que secionavam o térreo e de trechos da laje que separavam os andares; a retirada da massa que revestia as paredes mantidas, revelando a estrutura da casa e os diversos tipos de tijolos (retrato material das diferentes intervenções ocorridas na edificação); e a criação de um percurso interno de acesso e exposição, definido pelo piso cimentado liso, que tem pintura epóxi branca ladeada por pedras.




Demonstrando como o projeto foi norteado pelo reconhecimento das potencialidades da construção preexistente - identificadas até mesmo durante a obra -, a escada, assim como as paredes, foi despida de seu revestimento, o que a tornou um fino leque ascendente de concreto. Grande contraste, então, opõe a alvura dos caminhos, no térreo, e dos volumes das salas de reuniões, no pavimento superior, à rudeza das pedras no chão e paredes, pilares, vigas e lajes aparentes. E uma inesperada complexidade formal ocorre no interior cúbico deste setor da edificação, dados os recortes que as remoções de trechos de lajes e inserções de novas paredes e pisos ocasionam na espacialidade do andar mais elevado.




A outra metade do escritório é ocupada pela área de produção. O estúdio de pé-direito duplo, para 50 funcionários, tem permeabilidade visual com os jardins externos e com a sala da presidência, localizada no pavimento superior. Nele se destaca um plano de fundo composto pelo empilhamento de caixas pré-moldadas de concreto, utilizadas na canalização de córregos, que faz as vezes de uma grande estante. O mesmo módulo, combinado a peças de madeira, constitui a escada de ligação entre os dois pavimentos da agência.




A lógica da utilização de materiais próprios de obras de infraestrutura urbana tem seu ápice na fachada, com o uso do muro gabião de nove metros de altura, sobreposto ao plano frontal antigo. A variação visual desse plano hermético deve-se à paginação com dois tipos de pedra, de cores distintas, resultando na imagem positivamente atípica da edificação em relação a sua vizinhança.


Fonte: Arcoweb

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