segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Um dúplex cítrico e pop em Miami. Apartamento reinterpreta os anos 1970.


Ousado, naturalmente. Mas o decorador nova-iorquino Anthony Baratta também queria que seu apartamento fosse um estado de espírito, um reflexo perfeito do lugar privilegiado onde se encontra. Pensemos na Flórida: vêm à mente sol e laranjas, certo? Pois assim é seu dúplex, suspenso de frente para o azul-turquesa da baía de Biscayne, onde ele se refugia no inverno – porque, afinal de contas, Miami fica a apenas cinco horas de Manhattan, onde mora durante o resto do ano.

“Queria dar a este apartamento tons diferentes dos de qualquer outra casa que eu já havia tido antes”, afirma Baratta, mago das cores e da geometria deslumbrante, de Nova York a Los Angeles. “Também não queria que entrasse nada preto, nem nas molduras das janelas, nem mesmo na tela do televisor.”


O edifício foi construído em 1982, e, embora a princípio ele tenha pensado em mudar-se para o lugar deixando-o como estava, seu sócio, Bill Diamond, o dissuadiu. “Ele me disse que eu não poderia conviver com a cor verde das paredes, e com banheiros e pisos que não tinham nada a ver comigo”, conta. A distribuição era perfeita: 100 m² divididos em uma planta diáfana com cozinha, sala de jantar, sala de estar e banheiro; e, no andar de baixo, a suíte com closet, ambos os pavimentos coroados por terraços.

A primeira coisa a ser feita foi determinar uma paleta de cores revigorantes, frescas, como o suco recém-extraído de uma laranja com toda a sua polpa. Ele encontrou em um leilão on-line a icônica escrivaninha Boomerang (1969), de Maurice Calka, de fibra de vidro amarela, e comprou-a no mesmo instante. “Eu não tinha a intenção de dar um estilo dos anos 1970 ao dúplex. Na verdade, eu buscava uma atmosfera mais moderna do que retrô, mas ela veio sozinha”, diz Baratta.


O laranja-labareda da parede do living é resultado de um papel vinílico pintado que traz o aspecto brilhante característico daquela época. Esse clima nostálgico é enfatizado por um sofá também laranja e tecidos criados pelo próprio decorador, inspirados nas pílulas do artista plástico Damien Hirst. Na parede oposta, ele acrescentou um mural com resplandecentes raios de sol emprestados dos estampados de Alexander Girard e dispôs uma mesa de aço e vidro do fimdos anos 1950.


No andar de baixo, o dormitório e os banheiros também não escaparam da tormenta cítrica. E o resultado não é um pastiche, mas um suco vitamínico, energizante. É preciso dizer que ele teve dúvidas durante o projeto e cometeu alguns erros que não se importa em reconhecer: “Um deles é o piso de vidro branco-gelo que eu trouxe da China. Sou tão maníaco pelos acabamentos que sou obrigado a ter cera e um pano sempre à mão”.




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